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Palácio da Bolsa

Os comerciantes do Porto, a burguesia do Porto, que havia séculos disputava com o poder episcopal a sua influência sobre a cidade, ganhou uma quase irónica supremacia ao, tendo sido encerrada a casa da Bolsa do Comércio alguns anos antes, ver ser-lhe doado por D. Maria II em 1841, numa época em que o clero via o seu poder e influência amplamente contestados e diminuídos, o terreno onde se encontravam as ruínas do Convento de São Francisco, consumido por um violento incêndio durante a Guerra Civil (1832-1834), com vista à instalação do Tribunal do Comércio e da Associação Comercial.

Tendo-se iniciado em 1840, a construção do actual Palácio da Bolsa, como é mais conhecido, estendeu-se por mais de 70 anos, numa clara campanha de afirmação de poder da classe, na sua cidade e no seu século e de demonstração de dinamismo, cultura e cosmopolitismo nem sempre reconhecidos no resto do país, tornando-se numa verdadeira escola para os artistas que lá trabalharam, tendo sido envolvidos canteiros, entalhadores, estucadores, pintores, ladrilhadores e centenas de operários. O resultado é uma mistura espampanante de diversos estilos como o neoclássico, o toscano e o neo-paladiano inglês, assim como o neo-mourisco e a arte-nova em algumas das decorações interiores. Para além do granito característico da região, tão obviamente presente na sua fachada como nos intrincados trabalhos de cantaria na monumental escadaria e passagens subsequentes, foram também usadas, no vastíssimo e avassalador pátio que ocupa o espaço do antigo claustro e nas enormes clarabóias, as modernas e tão em voga estruturas de ferro e vidro também usadas nos contemporâneos Palácio de Cristal e Ponte de D. Maria Pia.

Dadas por concluídas as obras de decoração em 1909, por ocasião da visita do rei D. Manuel II, o palácio não escapou aos ímpetos revolucionários de 1910/1911 sendo inventariado, despejado e passado para a esfera pública. Ao contrário do que aconteceu noutros casos, não entra, porém, em decadência e volta, poucos anos mais tarde, às mãos dos seus legítimos donos que empreendem frequentes obras de restauro e manutenção.

Continuando a funcionar como sede da Associação Comercial do Porto que cede alguns dos seus magníficos e cenográficos espaços para concertos, congressos e variadas acções comerciais, o palácio é, hoje em dia, um dos monumentos mais visitados do país.